terça-feira, 14 de janeiro de 2014

HÁ POSTS QUE SE ESCREVEM SOZINHOS...

Angela Merkel foi esquiar neste Natal, como faz todos os anos. Desta vez, porém, os esquis, com 25 anos de idade, comprados ainda na antiga RDA, sucumbiram ao peso e a chanceler caiu e partiu a bacia.

Esta notícia é todo um tratado. Como dizia alguém há tempos, às vezes a realidade supera a ficção, e há posts que se escrevem sozinhos...

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

MAGIC AND LOSS

São poucos, mesmo muito poucos, aqueles de quem se pode dizer que mudaram realmente o mundo, e que tornaram melhor a nossa vida. O Velho Lou era um deles…



Busload of Faith

You can’t depend on your family
You can’t depend on your friends
You can’t depend on a beginning
You can’t depend on an end

You can’t depend on intelligence
You can’t depend on a god
You can only depend on one thing
You need a Busload of Faith to get by


You can depend on the worst always happening
You can depend on a murderer’s drive
You can bet that if he rapes somebody
There’ll be no problem having a child

And you can bet that if she aborts it
Pro-Lifers will attack her with rage
You can depend on the worst always happening
You need a Busload of Faith to get by


You can’t depend on the goodly hearted
The goodly hearted made lampshades and soap
You can’t depend on the Sacrament,
No Father, no Holy Ghost

You can’t depend on any churches
Unless there’s a real estate you want to buy
You can’t depend on a lot of things
You need a Busload of Faith to get by


You can’t depend on no miracle
You can’t depend on the air
You can’t depend on a wise man
You can’t find them, because they’re not there

You can depend on cruelty
Crudity of thought and sound
You can depend on the worst always happening
You need a Busload of Faith to get by


Lou Reed, 1989


sábado, 27 de abril de 2013

A seca

Dizem que chove sempre na Feira do Livro. Adivinha-se uma seca este ano. Porque parece que este ano não há feira. Lá se vão, a troco de uns pouco mil de euros que dizem que a câmara não dá, não deu, que não vai dar, não vai haver. Não vai ser este ano que vou finalmente atacar o Roth, que vou aproveitar a hora H para comprar livros que namoro eternamente desde há 2 anos. Pilhas de Ypsilons cuidadosamente construídas desde Maio passado, para que não me esquecesse daquela cena muito gira acabada de sair em Setembro passado que talvez valesse a pena comprar na feira por estar 50 cêntimos mais barato que nas lojas.

Este ano não há cá dilemas morais do tipo devia ter comprado mais coisas para os miúdos (e menos para mim). Não vai ser preciso nova expedição familiar ao IKEA para comprar mais uma Billy. Não vão ficar por preencher livros de atividades escolares para fazer nas férias. Não vamos amuar todos uns com os outros por causa dos livros que compramos em dos que deixamos por comprar. Não vamos fazer excursões matinais de metro, a aproveitar que ainda não há há quase ninguém na feira, ainda com alguns stands fechados, para lá irmos calmamente, garantindo que as nossas discussões e birras vão ter uma assistência reduzida ao mínimo indispensável.

Não vou fugir logo depois do jantar com uma mentira mal cozinhada de compromissos inadiáveis,  para ir de metro a correr aproveitar a hora H. Nem cozinhar outra má mentira para explicar as pilhas de livros que ontem à noite não estavam em cima da mesa da sala.

Este ano não há feira. Vai ser uma seca.


sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

UMA SEGUNDA OPORTUNIDADE

Já vai em mais de 40.000 o número de signatários de uma petição para ‘dar uma segunda oportunidade’ ao cão arraçado de pitbull que há dias matou o sobrinho do dono, em Beja. E por mim, até reconheço algum mérito a esta proposta. Que tal dar-lhe a seguinte oportunidade: fechá-lo numa cozinha às escuras, durante uma noite, com o Passos, o Relvas, o Gaspar e o Portas? Não trazia o bebé de volta, mas talvez desse para ele se redimir...

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

PÉROLAS A PORCOS



Esta verdadeira obra-prima apareceu hoje publicada no site do jornal ‘A Bola’, ilustrando uma ‘notícia’ com o pomposo título «Desemprego é um processo pelo qual o país tem que passar» - Pedro Passos Coelho.
A fotografia, cujo autor não aparece identificado, terá sido tirada hoje, “na cerimónia de inauguração de uma parte da fábrica da Sicasal que ardeu há um ano”.

Ao ver aquele senhor da frente, saído directamente de um anúncio de detergente para a roupa, a olhar para o pedaço de carne pendurado como o Mr. Bean a olhar para um quadro num museu, e o aspecto enojado do outro senhor logo atrás, não podemos deixar de pensar que esta representação metafórica de Portugal como um porco esquartejado merece desde já uma nomeação para o Pullitzer.

Isto até poderia ser cómico se as declarações do homem significassem que o desemprego era 'um processo’ pelo qual ele e a restante corja iriam passar dentro em breve. Infelizmente, porém, acho que este 'processo' não é para todos…

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

RECORDAR É VIVER...

...como nos ensinou o Vitor Espadinha.

Não sei se gosto mais das "soluções inovadoras e consistentes para combater o desemprego, a pobreza e a exclusão social" ou do "investir no crescimento económico para criar empregos, com sensibilidade para gerar coesão e justiça social".

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A ECONOMIA EXPLICADA ÀS CRIANCINHAS... – parte IV

Miguel Cadilhe já encontrou a solução para a crise e para a dívida pública. Parece que passa por cada totó que não tem o património nas ilhas Caimão e afins contribuir para a causa com mais 4% do valor desse património, chamando-lhe o nome catita de ‘tributo solidário’. Infelizmente, não disse aquilo que eu gostaria mesmo que ele dissesse, que era qualquer coisa como isto: “Epá, lembram-se daquela história da Sisa das Amoreiras nos anos 80? Está aqui com juros, para ajudar a pagar tudo aquilo que vos foi roubado ao longo destes anos...”

terça-feira, 19 de junho de 2012

Qual festa?

Parece que não há festa como esta. Não, espera lá, isto era da festa do Avante. Não era nada disto. Vinha aqui escrever sobre o São João do Porto (Puârto). Dizem que em mais nenhum lugar do país se faz uma festa assim, toda a gente na rua, as cascatas, a sardinha (não há mais festas com sardinha no Verão, de certeza), ah e o fogo de artifício, esse instrumento fundamental na avaliação da prestação dos autarcas.

Pois eu não gosto: ruas entupidas de gente, um caos para estacionar, lixo pelo chão, uma barulheira que não se aguenta e toda a gente a martelar em toda a gente? Isso é o que se faz por aqui todos os dias. Se era para ser festa bem podiam fazer qualquer coisa de original.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Ainda faltava aqui falar do Pingo Doce

Ao terceiro dia mantem-se acesa a disucssão sobre de quem é afinal a culpa de ter havido enchente no Pingo Doce no 1º de Maio. Parece haver bastante unanimidade neste ponto: a culpa não é do povo, só aproveitou porque precisava, as pessoas não são irracionais. O mesmo praticamente se aplica aos colaboradores (adoro isto), ganharam o triplo, acho que a coisa chegou mesmo a rasar os 30 (trinta) euros.

Culpas à parte, a mim o que até agora  mais me ocupava o espírito era como tinham as pessoas aguentado horas e horas à espera. À espera para entrar, à espera para conseguir circular, à espera para pagar. Bem sei que desde as filas em intermináveis SSSS introduzidas aquando da Expo 98( (lembram-se?) a capacidade média do português médio aguentar uma seca aumentou, e certamente haverá dados estatísticos que o comprovem. Mas não conhecendo ninguém que tivesse ido ao Pingo Doce no feriado continuava com dúvida a moer.

Tudo se resolveu na escola. Ou melhor, à porta da. Alguém disse "Eu fui e quero lá saber". Mas eu queria saber. Aguentei a curiosidade o mais que pude, e fui recompensada, porque o assunto da conversa não durou muito (já no facebook mantém-se há 3 dias) e em breve se mudou para as comunhões que estão aí à porta. "Grande seca no confesso, não foi? Estivemos mais de 3 horas à espera". Fez-se luz: estas coisas exigem preparação, e nada como uma boa dose de religião para nos deixar física e mentalmente preparados para sermos explorados.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O SUBCONSCIENTE É UMA COISA ESTRANHA...

Nos últimos dias, não sei porquê, lembrei-me de uma das cenas mais marcantes do Stand by me, do Rob Reiner, em que o protagonista se recorda de, logo após a morte do irmão, o pai lhe dizer “It should have been you, Gordie...”